sábado

POLÊMICA

É verdade que os negros preferem as loiras?

“As loiras usam os negros como status. Eles fi cam com elas por questões sociais. E o pior: entre uma negra bonita e uma loira feia, eles ainda preferem a loira.” SARA LEE, musicista


“Como a pele negra sempre sobressai, as loiras não perdem tempo -- preferem os negros, SIM! As negras não são difíceis, as loiras é que são fáceis... No bom sentido, claro!” ANDRÉ MORAES, modelo




“Dizer que os negros ficam com as loiras por status é uma bobagem. Conheço negras que não ‘fi cam’ com negros. Tudo é coisa de pele: só um negro e uma loira podem explicar...” ROBERTA AMORIM, empresára

“Acho que a mulher negra tira muita onda. Se faz de difícil para nós, mas quando um branco chega junto, se derrete. Depois sobra pra nós essa fama insuportável.” EDU RAMOS, comerciante
“As loiras para eles é um troféu, SIM! e é fato. Eles preferem as loiras e temos que respeitar. Só que, na verdade, elas só ficam com os negros para se satisfazerem sexualmente porque sabem que ‘o negócio’ é bom.” MARIA CLARA, estudante
“Sou loiro e a minha namorada é negra. Acho que todo mundo prefere o que é bom, por isso, não largo a minha negrona por nada!” SIDNEY DANTAS, surfi sta
“Acho que os opostos se atraem. Dizer que negro fica com loira por causa de status é bobeira. O problema está na cabeça da mulher negra, que já começa se desvalorizando pensando desse jeito. ” PEDRO LIMA, estudante
“Concordo com o modelo André Moraes. As negras não são difíceis, as loiras é que são rápidas, ligeiras: elas sabem que a ‘pegada’ é boa e o quanto a nossa raça é disputada, por isso, se jogam.” MARCELA ALVES, artesã
“Eu não tenho culpa: chego nas baladas blacks e as negras me ignoram. É quase impossível eu pintar num lugar desses e uma loira não me dar bola. Não que eu seja convencido. Elas sabem que ‘pegada’ igual a nossa, não tem!” TITO SANTOS, estudante
“Sou loira e amo os negros. É uma questão de gosto, de coisa da pele... Realmente, nós atacamos os negros porque sabemos valorizar. Coisa que as negras não fazem.” FLÁVIA CUNHA, contabilista

sexta-feira

JORGE PORTUGAL

JORGE PORTUGAL : apresentador de tv, professor, poeta, compositor, cantor

Nasceu em Santo Amaro da Purificação, no dia 5/8/1956 e ali viveu até os 17 anos, Em Salvador, se destaca como professor da língua portuguesa e redação, tendo ensinado em vários colégios e cursos pré vestibulares, tais como: Nobel, Águia, Sartre, Mendel, Base, UCBA , Opção, Comunicação etc.
Ministrou ainda curso da Língua Portuguesa em varias empresas sediadas na Bahia, tais como: Petrobrás, Copene, Caraíba Metais, TV Bahia, Irdeb..
Atualmente é consultor e professor da Rede Bahia de Comunicação, onde produz e apresenta um quadro de tira - duvidas de Português, intitulado "É assim que diz,é assim que se escreve" e apresentador do programa " APROVADO".

Na condição de poeta- letrista, compositor, cantor, tem sua carreira artística dedicada à tradução das mais genuínas manifestações da cultura brasileira. sem perder a sintonia com o que vai pelo mundo. nem com as influências contemporâneas, o seu trabalho musical tem-se afirmado ao longo desses anos pela singularidade do seu estilo e pela aceitação popular que o mesmo consegue. Hoje suas composições são executadas em várias partes do mundo, ganhando dimensão nas vozes de interpretes consagrados como Maria Betania,.Gilberto Gil, Caetano Veloso, Daniela Mercuri, Margareth Menezes, Tania Alves, Raimundo Sodré, Roberto Mendes, Fafá de Belem, Sandra de Sá, dentre outros artistas que já o gravaram

Participou de vários Festivais de MPB com destaque para o MPB/80 da Rede Globo de Televisão, quando recebeu a consagração nacional com a musica a "MASSA", e em 1985 defendendo, ao lado de Roberto Mendes, a musica "Caribe, Calibre: Amor", na mesma emissora de TV. Lançou em 1994 o disco "PALAVRA", no qual cristaliza as suas principais influencias e invenções, tendo nas suas letras o seu ponto alto,
Jorge Portugal trabalho como idealizador e coordenador de Projetos Culturais reconhecidos e consagrados pelo publico baiano:

"CIRCULADOR CULTURAL" - Projeto que leva palestras, teatros shows, nas escolas públicas da Bahia buscando promover a reflexão e difundir a cultura ao jovem, formando assim futuras platéias.
"UNIVERSIDADE LIVRE DA BAHIA" ( UNILIVRE ) - Fórum de debates destinados ao público em geral que visa discutir as questões importantes da nossa contemporaneidade cultural."MANUEL FAUSTINO" (PRÉ VESTIBULAR DO POVO) - Projeto de voluntariado que propicia aos estudantes pobres das escolas públicas um curso pré - vestibular inteiramente gratuito reunindo os melhores professores de Cursinhos da Bahia. Por esse projeto, Jorge Portugal recebeu em 1999, O PRÊMIO PROFESSOR DO FANTÁSTICO DA REDE GLOBO DE TELEVISÃO.

quinta-feira

Silvio Mendes o locutor show do Brasil

Ele é o locutor "polêmico da Bahia". O "Negão mais bonito da televisão" ele mesmo que afirma. Silvio Mendes iniciou a carreira em 1964 na Rádio Sociedade e hoje é o principal narrador esportivo do Norte/Nordeste.
Sílvio foi o primeiro narrador esportivo
baiano a realizar uma transmissão, ao vivo, de uma eliminatória da Copa do Mundo. Ele já participou da cobertura de seis Copas do Mundo, três Copas das
Confederações e oito Copas América.
Com ele não tem brincadeira. Se bobear, cuidado com a ANACONDA !

segunda-feira

Wanda Chase: mulher 100% negra

Ela ama tudo que está ligado à cultura afro-brasileira: candomblé, comida baiana, axé e até simples frases de afirmação

“Sou filha de um mecânico e de uma dona de casa”. É assim que a jornalista Wanda Chase, uma autêntica afro-brasileira, descreve, com orgulho, a sua família.

No estado do Amazonas, onde nasceu, sempre ouviu com muita atenção os conselhos de seu avô, um sábio negro da Ilha de Barbados (Ilha do Caribe com a população de pouco mais de 276 mil habitantes). Em uma casa de cômodos pequenos, com um lindo jardim florido, o velho negro dizia a ela e às irmãs, sempre com voz rouca e pausada: “Você tem que ser mais inteligente que as outras pessoas, porque a cor irá atrapalhar” Wanda estudou na escola Batista Idanilson e era a única negra, porém na infância nunca sofreu nenhum tipo de discriminação, sempre brincou e se relacionou bem com todos os meninos. Foi lá, na mesma escola, que cursou o equivalente ao ensino médio e chegou a ensinar, mas esse não seria o seu destino.

Preferiu fazer faculdade de jornalismo e, logo no início do curso, estagiou no jornal “A Crítica” , um dos melhores de Manaus. Anos depois, trabalhou na TVE, ainda na mesma cidade e, então, se formou em jornalismo na Ufam (Universidade Federal de Amazonas), no ano de 1971.

Hoje, aos 56 anos, os cabelos crespos e a cor negra fazem lembrar qualquer uma das milhares afro-brasileiras blackpower que existem no país, mas atualmente, Wanda é repórter do Programa Rede Bahia Revista, da TV Bahia.

Papéis politicamente corretos

O programador visual Sérgio Canda não podia estar mais contente. Desafiando as marés da crise, ele tem visto ano após ano aumentar a procura por itens de papelaria e brindes do seu selo DaPelePreta. São agendas, calendários, cadernos universitários, blocos, canetas, cartões sociais, embalagens e papéis de presente estampados com motivos afro e/ou personagens como Bob Marley, Malcolm X, João Cândido e Martin Luther King, entre outros. "Todos os produtos têm um vínculo social e político", informa Canda, ativista do movimento negro desde os anos 70. Embora a propaganda ainda se faça no bom e velho boca-a-boca, ele não descarta a possibilidade de criar uma rede de distribuidores para expandir seu mercado que hoje já chega à região metropolitana do Rio de Janeiro, a todo o Estado de São Paulo e a muitas cidades da Bahia.

quinta-feira

No Curuzu, como em toda a Liberdade

A população de 23.108 habitantes, densamente concentrados na Rua do Curuzu, ruelas e baixadas adjacentes, forma uma vizinhança com funções e usos característicos. Tanto que muitos moradores consideram o Curuzu como um bairro-distrito da Liberdade. Há uma identidade própria, marcada principalmente pelo estreitamento das relações de amizade e pela história e presença do Ilê Aiyê, o primeiro bloco afro do Brasil. Espaço de movimentação incessante, o Curuzu tem um comércio “de vizinhança” bastante ativo, embora pouco diversificado, e com alto índice de informalidade (de acordo com senso apresentado pelo Sebrae em 2005, de 378 negócios ativos identificados no bairro, 226 são informais e 152 formais. São 299 empreendimentos empresariais e outros 79 de cunho cultural e social). No Curuzu, como em toda a Liberdade, os moradores ainda se encontram em litígio judicial pela posse do terreno ocupado há mais de 50 anos. Por falta de espaços, as casas são construídas em cima das lajes, característica encontrada na maioria dos bairros populares de ocupação irregular em Salvador. É o que os estudiosos chamam de verticalidade nas construções, que também acontece em função de questões culturais e financeiras.

Área
LIBERDADE

Depoimentos

Hilda dos Santos (Mãe Ilda)
O Ilê é hoje uma entidade que representa esse desejo de valorizar o negro. Acho que hoje as pessoas aqui não têm mais vergonha de dizer que moram na liberdade, de se assumir ser negro. Antigamente, muitos tinham vergonha disso, e o Ilê foi quem mudou essa mentalidade.
"Cheguei na Liberdade com meus pais em 1930. Tinha sete anos. Isso aqui tinha todas as aparências de quilombo, desses que você só ouviu falar.(...) Todos os moradores eram negros. Algum escravo liberto, tinha muitos que eram africanos mesmo, mas a maioria era filhos deles, os filhos da escravidão".
Hildete Lima (Comunidade do Ilê Ayê)
"O Ilê é responsável por toda a mudança na concepção estética e visual do negro em Salvador. As mulheres passaram a usar cores mais fortes, turbantes, penteados étnicos. Passaram a assumir e a ter orgulho da identidade negra".
"Poucas pessoas se assumiam. Eles se diziam mulatos, morenos, achocolatados, menos negro. Com o surgimento do Ilê, o negro passou a se valorizar, a assumir sua identidade, a ter orgulho de suas raízes...Salvador é a terra da magia, dos orixás. É a terra boa de se viver. Existe uma força muito grande da cultura africana que nos protege."
Atrativos
TERREIROS DE CANDOMBLÉ

TERREIRO ILÊ AXÉ JITOLU
Comandado por Mãe Hilda dos Santos, o terreiro Ilê Axé Jitolu, nação gêge - nagô, é o mais conhecido da Liberdade, localizado na ladeira do Curuzu. Foi fundado no dia 6 de janeiro de 1952. A primeira festa do ano, no mês de janeiro, é em homenagem a Oxalá. Em seguida, a festa para Obaluaê, santo protetor do terreiro, realizada no dia 16 de agosto. Depois, no mês de setembro, acontece a Festa do Caboclo Tupyassu.-TERREIRO VODUM ZÔOLocalizado no Curuzu, o Terreiro Vodum Zôo é um dos maiores e mais belos que existem na Liberdade. Logo na entrada, deparamo-nos com uma imagem belíssima de Yemanjá numa fonte. Continuando, encontramos as casas dos orixás (Omolu, Ogun, Iansã, Exu) e a casa das almas, chamada de Eguns. O terreiro de Xangô é grande, bem decorado e ornamentado. Segundo o pai de santo, Hamilton, o terreno todo tem 2.400 m², o que representa a maior área verde do Curuzu. Fundado dentro da nação gêge savalú, o terreiro tem mais de 40 filhos-de-santo.
TERREIRO VODUM ZÔO
Localizado no Curuzu, o Terreiro Vodum Zôo é um dos maiores e mais belos que existem na Liberdade. Logo na entrada, deparamo-nos com uma imagem belíssima de Yemanjá numa fonte. Continuando, encontramos as casas dos orixás (Omolu, Ogun, Iansã, Exu) e a casa das almas, chamada de Eguns. O terreiro de Xangô é grande, bem decorado e ornamentado. Segundo o pai de santo, Hamilton, o terreno todo tem 2.400 m², o que representa a maior área verde do Curuzu. Fundado dentro da nação gêge savalú, o terreiro tem mais de 40 filhos-de-santo.
OS BLOCOS
Nos anos 80, os blocos afro tornaram-se uma forma de militância baseada na busca de um padrão de negritude representativo para a grande população afro-descendente de Salvador. Com uma estética africana impregnada nas formas de vestir, dançar e cantar, construía-se um discurso de auto-afirmação do negro. A primeira iniciativa veio do Curuzu, com o Poder Negro, fundado em 1974, e logo rebatizado de Ilê Aiyê para evitar problemas com a Ditadura Militar. A música mesclava o samba duro com a batida dos candomblés. Outros blocos afro, como o Olodum, Muzenza, Male Debalê e o Ara Ketu, nasceram influenciados pelo Ilê, em bairros de maioria negra, com grande presença do candomblé. Estes blocos atualmente têm uma relação forte com o bairro. Além de fornecerem oficinas de capacitação profissional aos jovens carentes, promovem cursos e eventos que trazem à tona as culturas de matriz africana.

O ILÊ AIYÊ
No carnaval de 1975, Apolônio de Jesus, Antonio Carlos dos Santos (Vovô) e cerca de 100 moradores da Liberdade levaram para a avenida o primeiro bloco afro de Salvador. Era uma época estimulante, marcada pelo movimento “Black Power” dos negros norte-americanos e pela formação dos Estados Nacionais Africanos. Desde então, o Ilê se dedica a exibir nos desfiles toda a riqueza cultural da África, em suas origens. Era uma forma de afirmação da identidade negra, uma ação cultural de caráter político, já que revelava uma mobilização e denunciava, com o exclusivismo étnico, a intolerância racial. Uma intolerância especialmente visível no carnaval, quando a festa dos negros ficava restrita à Baixa dos Sapateiros, clubes e agremiações de bairro. O bloco foi um dos primeiros a manter uma associação cultural para preservação das tradições culturais africanas na Bahia.A música do Ilê Aiyê é calcada numa mistura entre o ritmo dos atabaques do candomblé e o samba duro dos tambores, aliado à potência das vozes. As roupas do Ilê Aiyê são preparadas a partir de pesquisas prévias sobre povos e regiões da África, fonte de conteúdo também para as letras das músicas, carregadas de expressões em iorubá.

CULINÁRIA-GINGA
Em 1984, Aidil Moreira de Jesus participou do concurso Deusa do Ébano, que escolhe a mais bela mulher negra para representar a rainha do Ilê Aiyê. Desse concurso, veio o apelido que permanece até hoje. Ginga virou sinônimo de simpatia e comida saborosa. A quituteira é difusora do prato Miragaia, um cozido de peixe com pirão que, em Salvador, costuma ser servido às segundas-feiras. Além disso, Ginga costuma vender feijoada aos sábados, nos ensaios do Ilê Aiyê. Durante as principais festas populares da cidade, as vendas se estendem para outros bairros.

25 de Maio - Dia da África

Na próximo domingo, dia 25, comemora-se o "Dia da Libertação da África". A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas, em 1972, com o intuito de sensibilizar o mundo para as necessidades emergenciais do continente, assim como para suas potencialidades. Em Salvador, vários eventos estão sendo programados para a data.

segunda-feira

A Bahia perde Dinha do Acarajé

“Aliemdinha”, assim mesmo, com todas as palavras juntas, é uma senha geralmente usada pelos soteropolitanos para indicar um ponto de encontro cultural, social e etílico no Rio Vermelho. Inexplicavelmente, a expressão não consta nos minidicionários de baianês que circulam pela rede mundial de computadores, geralmente construídos por estrangeiros que costumam, digamos, admirar o velho cotidiano local. Às sextas-feiras, se ouvia muito o “aliemdinha”. Ontem, porém, o largo estava quase silencioso e o tabuleiro de tantas tradições, vazio.
Dinha, que morreu ontem aos 56 anos, era uma espécie de princesa negra do “principado” do bairro, sempre presente naquele espaço, área nobre do território. Nobre e um tanto quanto sagrado. Já era a baiana nascida quando se achou por bem derrubar a igrejinha do largo, que alguns teimam em chamar de Santana – depois que a quituteira aportou lá, o local virou Largo da Dinha. O progresso em forma de asfalto ia passar vitorioso, em linha reta, e o templo atrapalhava. Um movimento pró-Nossa Senhora foi criado e o milagre se fez. “Encontraram uma solução, foi dada uma volta e a igreja ficou no lugar”, lembra o historiador Cid Teixeira.
O Largo da Dinha estava triste ontem. A poucos metros dali, extraordinariamente com a mão na massa, a baiana Regina Conceição preparava os seus acarajés. Estava triste e pouco disposta a conversar. “Era a primeira pessoa que eu via quando chegava aqui, antes de ela ficar doente”, recordava ela, fila crescendo à sua frente. “Está um clima estranho aqui, vou sentir falta”.

Os garçons dos bares que ganhavam com a venda de bebidas para acompanhar a degustação do melhor tira-gosto da área também lamentavam a perda. O toldo que nada abrigava na noite agradável de outono formava um cenário diferente. “Tá chegando muita gente querendo confirmar se foi isso mesmo, tá meio diferente hoje”, resumia Alberto Belo, garçom de um bar 24 horas no largo.
Perto dali, na Rua Lydio de Mesquita, Bambá chorava por dentro. Duro na queda, o carpinteiro nascido Nelson Costa Santana, 71 anos, foi noivo da baiana já famosa entre os anos de 90 e 95. Orgulhoso, corre para pegar o cartão de Natal: “Meu Amor, o melhor presente que existe é ter o seu amor. Dinha para Nelson, 24/12/95”.
A casa simples parece propícia à beira da praia e o mar está mesmo ali em frente, logo depois do restaurante Extudo. Neste local, o casal colocou as alianças nos anulares direitos, em cerimônia registrada nas fotos que Bambá exibe agora. Dadá, cozinheira de riso largo e fácil, outra amiga de Dinha, também compareceu. “Não deu certo, mas depois a gente continuou amigo, ela vinha sempre aqui”, diz o carpinteiro, que não foi ao velório. “Estou com diabetes e com problemas na vista”. Ele parecia mesmo não querer presenciar o último adeus. Não será preciso placa para lembrar Dinha nem projeto tramitando na Câmara de Vereadores para alterar nome de logradouro. O povo, sábio, já tratou de fazer a sua homenagem.


*** DEPOIMENTOS
A Bahia perde um dos seus melhores acarajés. Se hoje é dia de luto na Bahia, com certeza vai ter festa no céu, com trio elétrico e tudo. Um aviso a São Pedro: a pimenta dela arde pra caramba”.
Duda Mendonça, publicitário
Eu perco uma amiga de muitos anos e a Bahia perde uma personalidade tão deliciosa quanto os seus acarajés”.
Nizan Guanaes, publicitário
“A Bahia perde uma de suas filhas mais ilustres. Dinha do Acarajé foi uma guerreira(...) O Ministério da Cultura se associa à família dos baianos e manifesta o reconhecimento da importância e do valor de seu trabalho para a cultura do estado da Bahia”.
Nota de pesar do Ministério da Cultura, assinada pelo secretário executivo da pasta, Juca Ferreira

“Ela criou a cultura do acarajé de fim de tarde, teve oportunidade de mostrar aos turistas a qualidade e o sabor da nossa culinária. Ela simboliza uma época e as pessoas que constróem uma cultura merecem ser lembradas para sempre”.
João Henrique Carneiro, prefeito de Salvador

“Uma das riquezas mais importantes da Bahia é a sua culinária. Ela encanta baianos e turistas. E a Bahia perde um símbolo desta sua riqueza, que era a Dinha. Uma quituteira de mão cheia e uma pessoa extremamente carismática e que incorporava o espírito baiano. Vamos sentir muito a perda dela”.
ACM Neto, deputado federal

“Cada dia que passa vou ficando mais triste ao ver pessoas especiais indo embora. No mundo há muitas Dinhas que, na cozinha, não dão só o suor e o cansaço, dão a vida, a alma. Que Deus ilumine o espírito da minha amiga”.
Dadá, quituteira e empresária

“Salvador é uma cidade especial e Dinha era uma filha especial. Deus deu a ela o talento e a generosidade, e ela soube ampliar o valor da culinária para todo o Brasil como uma verdadeira grife. O nome dela se confunde com o do acarajé. Por todos os seus valores, caráter e bondade, é uma grande perda para a Bahia e o Brasil”.
Antonio Imbassahy, ex-prefeito de Salvador

“Estou muito sentida com esta perda. Dinha era uma grande amiga, nunca houve rivalidade entre a gente. Ela ia aos domingos ao meu tabuleiro e ficávamos lá conversando”.
Jaciara de Jesus Santos, baiana de acarajé, mais conhecida como Cira

“O acarajé da Dinha é tão gostoso quanto o jeitinho que ela tinha, pura delícia da Bahia, vai ficar para sempre em nossa memória”.
Ivete Sangalo, cantora

“Toda perda é dolorosa. Ela contribuiu muito para a cultura baiana, era muito cuidadosa no tratamento da massa do acarajé, aliás, de todo o processo, desde a elaboração até a venda. A qualidade fez com que o sucesso fosse percebido – pelo menos aqui, o acarajé venceu o cheeseburger”.
Gerônimo, cantor e compositor

“É uma perda irreparável. Era uma mulher guerreira, mãe, amiga, era tudo para mim. Dinha não tinha inimigos, ela só fazia ajudar e trabalhar. Sempre foi dedicada ao trabalho, herdou o tempero da avó e deu continuidade, sendo mestra de muita gente”.
Alaíde do Feijão, quituteira

“Dinha fez a parte dela, cumpriu sua missão como mulher, professora de culinária, importante baiana. Ela é um exemplo que deixa uma grande lacuna como precursora desse movimento. Tenho certeza que tudo terminou ou começou aqui, mas sua marca continuará forte”.
Ninha, cantor da Trem de Pouso

“É uma tristeza muito grande para nós. Tínhamos Dinha como o grande exemplo porque foi ela que levou para o mundo o nosso bolinho de feijão frito no dendê. Esperava que ela fosse bem velhinha para continuar nos dando força na nossa lida, como exemplo de perseverança, de amor ao tabuleiro”.
Maria Lêda Marques, presidente da Associação de Baianas de Acarajé, Mingau e Receptivo da Bahia (Abam)

Raça Hip hop



LADO B QUESTÃO
O vinil que ainda, marcava presença valorizado pelos Djs, acaba de ser sepultado

Hoje já se fala no fim do CD e do DVD. São os tempos modernos. E, mais uma vez, o futuro não teve freio: a última fábrica de vinil do Brasil fechou. O bolachão, que cada vez mais vem sendo pouco utilizado pelos DJs, dava seus últimos suspiros com a ajuda do hip hop, mas parece que isso não foi sufi ciente. Os últimos vinis lançados no mercado foram o do rapper Dexter, 1 Da Sul, Mamelo Sound System e Elo da Corrente, que marcaram o fi m de uma era. A fábrica de vinil Poly Som Brasil, mesmo com as encomendas dos vinis duplos do Racionais, do TR3f e do Detentos do Rap (esse trabalho tem 10 anos) cancelou os pedidos. Hoje vinil virou algo parecido com uma escultura, e os DJs de grande destaque, da raiz do Hip-Hop, choram.

O MAIOR CAMPEONATO DE DJ DO MUNDO NO BRASIL

Promovido desde 1981, na Inglaterra, o ‘DMC World Championship’ ganha uma etapa nacional em 2008. No Brasil, vão acontecer quatro etapas regionais no mês de julho, em Curitiba, Goiânia, Recife e São Paulo. E a grande fi nal acontecerá em agosto, também em São Paulo. O campeão brasileiro receberá uma viagem a Londres com todas as despesas pagas para participar da grande fi nal internacional, onde vai competir com os melhores DJs de todo o mundo pelo título de DMC WORLD CHAMPION 2008. Ainda receberá o Grande Prêmio, composto de dois toca- discos Technics Golden e um mixer, além de dois Ortofon Gold/Diamond Tipped Stylus e o prêmio de US$ 10.000, presenteados pela Ortofon. Durante seus 23 anos de existência, o DMC revelou ao mercado mundial mestres como Cash Money (88), Q Bert (92), Roc Raida (95), A-Trak (97) e Craze (98/99/2000). Pelo Brasil, o DJ/ MC Jack nos representou brilhantemente nas edições de 96 e 97.
DMC BRASIL As inscrições devem ser feitas até 8 de junho de 2008.Os prêmios: dois toca- discos Technics Golden e um mixer, além de dois Ortofon Gold/Diamond Tipped Stylus


DJ NEGRO RICO NO JAPÃO
Junto com rapper Cabal e Oscar (Ex-Brós) o Cabuloso Dj Negro Rico fez uma turnê passando por quatro cidades do Japão e nas quais fez sete apresentações. Tocou para o grupo e tambem se apresentou sozinho em festas tanto de brasileiros como de japoneses “Eu percebi que, no Japão, se você for pra trabalhar, você é tirado, mas se for como músico, eles dão o maior valor e nem sabem o que fazer para te agradar” declarou Rico.
O Rap brasileiro tem ganhado força no Japão através dos grupo de brasileiros e japoneses que fazem Hip-Hop lá. Com o sucesso da turnê, Negro Rico foi convidado a passar um mês dando aula em Tóquio em junho.
djnegrorico1@hotmail.com



NOVO DISCO DO RACIONAIS
Eles já estão preparando a nova bomba que deve estourar nas rádios, nos mp3s, nos carros, nos walkmans de todo o mundo. Muito se fala, mas quando Racionais lançam, todos querem ouvir. Novas músicas já correm por aí. Edi Rock canta sobre sampler de Jorge Ben Jor. Mano Brown, em outra que é muito loca, reúne um time nervoso com Rosana Bronk, Banda Black Rio, Pixote (U-Time). O som traz levadas e rimas com marca do Racionais, mas com a pegada de 2008. Essas novidades podem demorar um pouco para sair nas ruas. Mas prometem fazer barulho ainda este ano.


SABOTAGE 2008

Depois de 5 anos de sua morte, Sabota ou Maurinho, como era conhecido pelos mais chegados, promete novidades. O ano começou com Brokklin Sul realizando no dia 25 de janeiro, na favela do Real Parque, um show gratuito para a comunidade em homenagem ao eterno Sabotagem.
No palco um público seleto pôde ver show do Sandrão, DBS, Rappin Hood, Trilha Sonora do Gueto, além do fi lho do Sabota, o Wanderson e seu parceiro Celo-X.
Wanderson também está sendo sondado para fazer um fi lme sobre o Sabotage no qual ele interpretaria seu pai. Além disso, até o fi m do ano deve sair o disco novo, só com músicas inéditas e muitas participações.


DESTAQUE
DJ MAX NOS BEATS

Hoje a gama de produtores de qualidade só aumenta. Um exemplo é DJ Max, que, com apenas 20 anos, já produziu três CDs: Lito latalia, Rimatitude e 3 letras. Além de nomes como LF do DMN, Manaha, Os Abolicionistas, entre outros. A cena não pára de crescer, e já surgem as “Batlle Beats”, ou batalhas de produções, que acontecem em São Paulo e Curitiba. No Youtube você vê como é feita a batalha. É o público que escolhe o Mestre do Beats, o ganhador da noite.

TELEVISÃO
O piloto já está rolando nos bastidores e algumas fontes acreditam em 90% de aprovação. O programa vai trazer a cultura de rua para as telas através da rede pública de televisão, via TV Cultura. Um rapper famoso vai apresentar, com direito a auditório. Além de apresentação de grupos, e de externas nas ruas, o programa também vai ter um quadro com um escritor da periferia. É aguardar e torcer.

SE LIGA NESSA

A batalha alemã agora tem sua eliminatória no Brasil. O Battle of The Year é com certeza o campeonato mais tradicional de crews de dança. Ele inspirou quase todos as disputas e campeonatos que existem hoje.
As inscrições vão de 15 de maio a 15 de junho. Não perca essa oportunidade de carimbar seu passaporte, pois o vencedor disputará a fi nal na Alemanha . Só restam dez vagas, pois seis crews já foram selecionadas em 2007. Mais informações no site:

Diz aí!

O que representa a mulher negra no cenário nacional nos dias de hoje?



“Na minha opinião ela é a grandeza do nosso país. Está cada vez mais conquistando o ‘poder’ profissional porque é capaz.”
HENRIQUE MARTINS, DJ





“A cada dia mostra que pode vencer. Tanto na música como na arte, na passarela, nos palcos. Meninas, mulheres da pele preta, vocês são as melhores. Torço por vocês.”
CLAYTON TRISTÃO, músico



“Representa um estilo de beleza e de mulher com atitude e, sem sombras de dúvidas, com muita perseverança e resistência.”
DIEGO VIECILI, modelo





“Luta, poder e muita atitude. Vem ganhando força no âmbito profissional, pessoal e artístico. Está cada vez mais valorizada.”
MARCELINO GURGEL, modelo

quarta-feira

Carlinhos Brown

Percussionista, compositor, produtor e agitador cultural baiano, criado na periferia de Salvador, seu nome artístico é uma homenagem a James Brown, ídolo do funk e da soul music. Dominando vários instrumentos de percussão, Brown se tornou um dos instrumentistas mais requisitados da Bahia no início dos anos 80. Em 1985 integrou a banda de Caetano Veloso no disco "Estrangeiro", onde sua a composição "Meia Lua Inteira" fez muito sucesso. Participou também de turnês mundiais com João Gilberto, Djavan e João Bosco. Nos anos 90 se projetou nacional e internacionalmente como líder do grupo Timbalada, que reunia mais de 100 percussionistas e cantores, os "timbaleiros", a maioria jovens pobres do bairro do Candeal, onde nasceu. Depois disso lançou discos solo ("Alfagamabetizado" e "Omelete Man"), em que atua como cantor, compositor e instrumentista.

Mais de 200 composições suas foram gravadas por outros intérpretes, incluindo estrelas como Gal Costa, Marisa Monte ("Segue o Seco", "Maria de Verdade", "Arrepio", "Magamalabares"), Daniela Mercury ("Rapunzel", "Rimas Irmãs"), Cássia Eller ("E.C.T."), Daúde ("Lavanda") e outros. Atualmente Carlinhos Brown participa de dezenas de projetos educacionais-musicais na Bahia. Em 2002, reuniu-se à Marisa Monte e Arnaldo Antunes para a produção do CD conceitual intitulado "Tribalistas". Depois de um período de baixa popularidade, quando foi recebido com garrafas de plástico pela platéia do Rock in Rio III, teve shows cancelados por falta de público e viu suas vendagens minguarem, Carlinhos Brown ressurge com o “Carlito Marrón” . O álbum, lançado primeiramente na Espanha pela BMG, saiu no Brasil em 2003. No disco, Brown mistura baianidade com ritmos latinos, abusando de influências caribenhas e referências à herança da América Espanholas. O destaque da obra é um dueto com Rosário Flores, popular cantora espanhola que viveu a toureira no filme Fale com ela, de Pedro Almodóvar.

O NASCIMENTO DE UM MUSEU

A instalação na Bahia do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira é uma resposta contemporânea que atende o sonho de várias gerações. A precursora da idéia é a própria comunidade de afro-descentes que criou diversas casas de cultura, em quase todo o território nacional, singelos memoriais, na tentativa de preservar o que os seus ancestrais produziram para que fossemos como somos, uma cultura ricamente diferenciada. Em todo o Brasil onde passou o negro, não importa em que condição, há marcas de sua presença. E onde este negro fez família e se mesclou com a comunidade nacional, deixou formas de fazer e sentir, saberes que até hoje prevalecem no que se chama diversidade cultural brasileira.
Desde que o primeiro negro foi feito escravo no continente africano e trazido para o Velho Continente Europeu e para o recém descoberto Continente Americano, a humanidade conheceu uma saga até hoje pouco registrada e reconhecida, que significou uma fantástica transformação cultural no mundo inteiro. Milhões de negros se seguiram, desde o século XV até o século XIX, ao primeiro negro que pôs os pés em nosso continente como escravo. Traficados nos porões escuros dos navios negreiros, eles nos trouxeram luzes que ainda precisam ser melhor focadas e reconhecidas pela contemporaneidade. A raça humana pode resgatar na grandeza da história dos escravos uma cultura de libertação e afirmação que acaba por trazer, à história do próprio homem no planeta, valores intangíveis, que a tangibilidade desta trajetória, deixada nos objetos de arte e trabalho e inúmeros documentos históricos, testemunha em quase todo o mundo.
Mas é na América e no Brasil que se pode perceber com toda grandeza o “quantum” desta contribuição e a sua natureza, condições decisivas para que tenhamos no presente a perspectiva de uma civilização singular e única. Apesar de perceptível esta participação tem sido negada e silenciada.Daí a importância da criação de um Museu Nacional da Cultura Afro Brasileira que vem se juntar ao esforço de “pensadores e estudiosos da vida brasileira que não escamoteiam a relevância formidável da contribuição, na nossa arte, do talento de origem africana, indelevelmente gravado em todas as etapas da evolução histórico-cultural do Brasil...” como diz o texto de apresentação da obra “A Mão Afro Brasileira – Significação Artística e Histórica”, organizada por Emanoel Araújo.

domingo

MARGARETH MENEZES UMA MULHER DE RAÇA

Nascida em Boa Viagem, uma região pobre de Salvador, Margareth começou a cantar em corais religiosos ainda pequena. Aos quinze anos de idade, aprendeu a tocar violão. Aos dezoito, deu início à carreira de atriz ao se apresentar na peça Ser ou não ser gente, no Teatro Vila Velha. Aos vinte um anos de idade começou a se apresentar em bares dando início à carreira de cantora, mas sem abandonar a de atriz. Com a mesma idade, apresentou-se no espaço cultural Circo Troca de Segredos (de cuja fundação participou), sendo bem recebida pelo público.

Conciliando as carreiras na música e no teatro, apresentou-se em São Paulo na peça Colagens e bobagens em 1985. Nesse mesmo ano, produziu e dirigiu, ao lado de Silas Henrique, "Banho de Luz", seu primeiro show solo, que lhe rendeu o Troféu Caymmi de melhor intérprete.
Com o sucesso, começou a se apresentar em outras cidades da Bahia. Em 1987, com o advento da Axé music, e o começo da participação feminina em trios elétricos, tornou-se a vocalista do trio e do bloco 20 Vê. Seus shows começaram a fazer grande sucesso de público e crítica em Salvador e recebe novamente o Troféu Caymmi de melhor intérprete.
Como cantora do bloco "Simpatia quase amor", suas músicas têm pela primeira vez, divulgação nacional e, no ano seguinte, apresenta-se em Buenos Aires. Este é o ano em que grava seu primeiro disco, com seu nome. Em 1989 viaja com Pepeu Gomes para o VII Festival de Música do Caribe, onde são eleitos os melhores. Também em 1989 grava seu segundo disco: "Um canto para subir". Com Gilberto Gil e Dominguinhos participa de vários shows e lança um disco nos Estados Unidos, que lhe rende o convite, feito por David Byrne, para fazer a abertura dos shows da turnê mundial do grupo Talking Heads.
Seu disco "Elegibô" é considerado um dos cinco melhores de "World Music" do mundo pela revista Rolling Stones (1991). Em 2002, Margareth embarca para Timor-Leste para participar de um festival em comemoração à independência do país, realizada em 20 de maio. O evento contou também com a participação de Martinho da Vila, Fafá de Belém e Elza Soares.
Aproveitando sua experiência, e a fim de driblar os obscuros interesses da indústria fonográfica no Brasil, fabricando sucessos e descartando-os, Margareth experimenta um período em que, apesar do sucesso internacional, não atinge o grande público. Sua apresentações na Bahia continuam tendo grande resposta de público e, finalmente, volta a explodir com força nacional em 2003, consagrando-se com um selo próprio.

Em 2004 gravou seu primeiro DVD, num show ao vivo, pela Rede Globo, com o qual recebe o prêmio DVD de Ouro.
Sua rara biografia mostra uma mulher multifacetada como artista - mas Margareth revela-se preocupada com suas origens, com a defesa da igualdade e respeito. Ser considerada a "Aretha Franklin brasileira" pelo Los Angeles Times revela apenas seu talento como cantora, mas Margareth é muito mais.

Discografia

1988: "Margareth Menezes" - Polygram do Brasil
1989: "Um Canto para Subir" - WR e Polygram
1989: "Elegibô" - Mango/Island Records (EUA) e Polidor (Inglaterra).
1991: Kindala - Polygram
1993: "Luz Dourada" - Polygram
1995: "Gente de Festa" - Warner Continental do Brasil
1998: Disco Autoral
2001: "Maga - Afropopbrasileiro" - Produção de Carlinhos Brown e Alê Siqueira.
2003: "Tete-à-tete Margareth Menezes" - Estrela do Mar (selo próprio)
2004: "Festival de Verão Salvador" (CD e DVD) - Som Livre/Rede Globo
2005: "Pra Você" - EMI
2007: "Brasileira ao vivo - Uma homenagem ao samba reggae"

sábado

Show da Solidariedade

O ILÊ AYÊ fará o lançamento do carnê e primeiro ensaio para o carnaval 2009. Já confirmaram presença Margareth Menezes, Martinho da vila, Carlinhos Brown e Heme xxi (Cátia Guimma, Márcia Short e Carla Visi)
Esta festa vai ser importante para todas as pessoas que amam o Ilê, pois, desta vez, a instituição estará comemorando a solidariedade.
A festa tem como principal objetivo ajudar "O Mais Belo dos Belos" a conseguir fundos para cobrir os 50 mil reais roubados da Senzala do Barro Preto, no mês passado, durante o pagamento dos músicos, que trabalharam no carnaval do bloco.
O evento promete boa música e muita alegria, na noite de sábado, vai demonstrar também estará festejando o sucesso do Carnaval das Candaces, de 2008, e dará início à preparação de mais um carnaval do Ilê Aiyê: o de 2009, que terá como tema: ESMERALDA - "A Pérola Negra do Equador".
Todo o dinheiro arrecadado, nos eventos realizados pelo Ilê Aiyê, é destinado à manutenção do Centro Cultural Senzala do Barro Preto e aos Projetos Sociais e Educacionais da entidade.
A Senzala do Barro Preto dispõe de boa infra-estrutura de serviços, com banheiros, bares, segurança e fila de táxi, além da deliciosa feijoada no Agdá.
Promover a cultura negra através do artesanato é o objetivo da Cultuarte
Promover a divulgação do trabalho de artesãos afrodescendentes em Salvador é a missão da Associação de Cultura e Arte da Bahia – Cultuarte, que expõe a cultura negra nas variadas obras dos artistas e desenvolve o trabalhos de nível cultural e social no Pelourinho. Criada há dois anos, a idéia da associação nasceu em uma feira de empreendedores afrodescendentes, quando um grupo de artesãos decidiu unir forças e partir em busca de apoio dos órgãos públicos. A iniciativa conquistou um ano de cursos sobre redes associativas e conceitos de empreendedorismo para finalmente a associação ser fundada.
Atividades relacionadas a planejamento, organização, ações educacionais e culturais também fazem parte do leque oferecido pela Cultuarte, que planeja iniciar neste ano oficinas de artesanato abertas para a comunidade. Diversas entidades da cidade que trabalham com artesanato contam com o apoio da associação para exposições e troca de técnicas. E este apoio já está chegando a outros municípios, como é o caso da ong Pro Vida de Cachoeira onde os jovens produzem artesanato com cabaças tem o apoio da Associação de Cultura para realizar as exposições.
Atualmente com vinte e cinco associados a Cultuarte busca artesãos jovens para integrar a equipe e abre espaço para exposição dos trabalhos nas feiras que são realizadas quinzenalmente na Praça da sé. A associação reserva 20% das vagas aos não-negros e para fazer parte desta equipe o artesão deve ter um trabalho direcionado aos valores da cultura afro.

Para conhecer mais da Cultuarte: Rua das Laranjeiras, 48, Pelourinho.Contato: 71 9157-8998.

quinta-feira

7 mulheres de raça

As histórias de Isabel Fillardis, Taís Araújo, Ildi Silva,Thalma de Freitas, Juliana Alves, Janaína Lince, e LicaOliveira, se confundem com a história da Revista Raça Bahia, que chegou pra ficar. Semelhança maior não é mera coincidência


lica oliveira
Para os padrões brasileiros, Lica Oliveira, 38 anos, ingressou tarde no meio artístico. Ex-jogadora de vôlei, ela entrou para TV por acaso. Estudante de jornalismo, ela esteve na Globo para fazer uma pesquisa para o curso. Acabou chamando atenção e foi "intimada" a deixar uma fita na emissora, entre idas e vindas da Europa, onde seu marido — também ex-jogador de vôlei — trabalhava, acabou sendo chamada para viver Adelaide de Mulheres Apaixonadas, a melhor amiga da problemática Santana (Vera Holtz).
"Foi ótimo, a personagem tem uma resposta bem bacana e o melhor é que um papel que qualquer atriz poderia fazer, mas o Manoel Carlos colocou uma negra, o que é maravilhoso", diz Lica, que acredita que isso tenha de ser cada vez mais comum não em novelas, mas em todas áreas. "As pessoas tem de se acostumar a ver o negro em diversas profissões e camadas da sociedade brasileira. O negro não tem de ser um estranho no Brasil", completa.
Ela relembra que, há anos, quando estreou no vôlei, falar de racismo era só no gueto. "Sempre fui muito bem resolvida em relação a negritude, mas antigamente falar de racismo era um tabu. Hoje a discussão é abrangente. Felizmente."
"O que é bonito tem de ser mostrado. E a revista raça bahia chegou pra isso Lica Oliveira"
isabel fillardis
Hé sete anos Isabel ainda era um das poucas negras da nova geração a ganhar espaço em novela das oito. São 15 anos de carreira, oito novelas no currículo e ela quer muito mais. "Vi muita coisa mudar em relação ao negro não só dentro mas fora da TV. É uma conquista louvável, mas ainda falta sermos vistos como parte normal da sociedade. Dificilmente um autor de novela, por exemplo, pensa no ator negro para fazer um papel qualquer, ainda tem de ser especificado: preciso de um ator negro para fazer tal papel", comenta.
A solução que atriz a aponta para o problema é continuar trabalhando, "persistir". É por isso que ela não vê a hora de voltar à TV. Mãe de Ana Luz, 4 anos, e Jamal, 8 meses, Isabel teve de dar um tempo na carreira para cuidar dos filhos. "Vou ter de equilibrar família com profissão. É um desafio, mas não é impossível".
"Ser Raça é ser persistentee ter qualidade Isabel Fillrdis"
taís araújo
Ao receber o convite da diretora Denise Saraceni para viver a protagonista de Da Cor do Pecado, novela que substituiu Kubanacan em 2004, Taís Araújo pulou de alegria. Afinal, ela foi a primeira protagonista negra de uma novela global. "Nem perguntei como seria o personagem tamanha a felicidade. Quando soube de sua história, fiquei ainda mais encantada", conta a atriz. "A Raça é pioneira. Chegou impondo. Mostrando que somos consumidores e que precisamos ser respeitados Taís araújo"
ildi silva
Impossível não lembrar da beleza ofuscante da baiana Ildi Silva, 20 anos. Modelo desde os 14 anos, ela deu um tempo na carreira para estrear na novela Agora É que São Elas, na Globo. Poderia ter estreado antes. Um produtor de elenco a viu no programa de Ana Maria Braga como modelo e a convidou para um teste.
A falta de experiência de Ildi atrapalhou, mas não a fez desistir. Ela estudou e consegui um papel na novela das seis. "Foi um aprendizado trabalhar em uma novela ao lado o diretor Roberto Talma, Joana Fomm e tantas outras feras", comenta. Da telinha, ela dever ir para telona, pois está estudando o roteiro de um filme que deve se passar na Bahia. Enquanto não pinta nada de concreto, ela vai tocando a carreira de modelo e se aperfeiçoando. Pretende ir para Nova York melhorar o inglês e ainda quer fazer fonoaudiologia para melhorar a expressão vocal. "A Raça é atual, modernacom ótimas matérias debeleza e informação. Enfim,é puro bom gosto Ilde Silva"

thalma de freitas
Aos 29 anos, ela entrou para TV por causa da música. Cantava desde criança e aos 18 anos começou a fazer musicais até ser dirigida nos palcos por Jorge Fernando, que a levou para Globo em 1996, quando fez Vira Lata, onde interpretou uma empregada de caráter duvidoso, mas que não chegava a ser uma vilã como a amarga Dalila em Kubanacan. "amei fazer a Dalila, ela era rancorosa e faz tudo para conquistar o Esteban (Marcos Pasquim) que a despreza. " A Raça é importante para que o negro possa se enxergar, se admirar, fazer parte da cultura brasileira Thalma de Freitas"

juliana alves
O trabalho voltado para comunidade carentes foi um dos itens que levaram a carioca Juliana Alves a participar da terceira edição do Big Brother Brasil. Junte-se a isso o fato de ser bonita e dançarina. Desde os 13 anos, ela faz parte da ONG Crioula no Rio, o que a fez se conhecer melhor como mulher negra e a trabalhar sempre pelo social.
Ano passado, empolgada com o trabalho, resolveu fazer faculdade de serviço social. "Acabei desistindo porque já trabalho com isso. Optei pela psicologia", conta. Vai ter que conciliar com as gravações de duas cara. "A revista é linda, mas poderia trazer mais artigos voltados para o nível social Juliana Alves"
janaína lince
Quando chegou ao Brasil em 1997, Janaína Lince — que nasceu no Brasil, mas foi para a Europa ao lado da mãe aos 2 anos — estranhou muita coisa. Durante anos, ela morou na Suiça. Só não conhecia seu país de origem. "Na Europa, me perguntavam como era o Brasil e isso me incomodava", diz. Veio atrás das raízes, se encontrou, porém ainda estranha muita coisa. "Não entendo como um país com a maioria negra tem espaço só para brancos. Também é difícil compreender o fato de muitas pessoas não terem acesso à educação, isso é o princípio básico na Europa", diz.
Aos poucos a estranheza vai dando lugar a esperança. Afinal, o rosto e o jeito sapeca de Janaína pôde e ainda pode ser visto em vários comerciais de TV e outdoors este ano. "Parece que a mídia de um modo geral está caindo na real", comenta Janaína, que também pode ser vista em videoclipes nacionais e internacionais. "Raça Bahia levantou nossa auto-estima e é motivo de orgulho"